Se estava em casa, olhava pela janela do seu quarto.
Se estava no carro, olhava pela janela procurando por ela.
E ele adorava passear a noite, pois a lua sempre o
acompanhava.
Mas uma noite Enzo olhou para o céu e ficou muito triste, pois a lua não estava como nos outros dias.
Seu avô viu que ele estava triste e perguntou:
- Enzo, por quê você está assim?
- Por causa da lua, vovô.
Seu avô não entendeu por que ele estava triste. Então
perguntou:
- O que aconteceu?
- A lua, ela está quebrada.
Seu avô riu, pois como a lua não estava cheia, Enzo achou
que ela estava quebrada.
- Ela não está quebrada, disse o avô.
- Não? Mas está faltando um pedaço.
Então, para que Enzo não ficasse triste, seu avô rapidamente
pensou em algo para alegrá-lo e disse:
- É que algumas vezes o céu fica muito gelado, e a lua se
encolhe para se aquecer. Mas logo ficará quente no céu novamente, então ela não
se encolherá mais.
- É mesmo?
- Sim. Logo logo ela vai estar inteira.
Então Enzo olhava para o céu toda noite, torcendo para que o
frio passasse logo, e ele pudesse ver a lua como ele tanto gostava.
Adorei!!!! Muito legal e real! :-)
ResponderExcluirBeijos
Lembrei de você ao ler esse poema! Bjs
ResponderExcluirUma Filosofia Toda
As bolas de sabão que esta criança
Se entretém a largar de uma palhinha
São translucidamente uma filosofia toda.
Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,
Amigas dos olhos como as cousas,
São aquilo que são
Com uma precisão redondinha e aérea,
E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,
Pretende que elas são mais do que parecem ser.
Algumas mal se vêem no ar lúcido.
São como a brisa que passa e mal toca nas flores
E que só sabemos que passa
Porque qualquer cousa se aligeira em nós
E aceita tudo mais nitidamente.
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXV"
Heterónimo de Fernando Pessoa